domingo, 30 de junho de 2013

Se eu não disser...

Se eu não disser que ando um tanto desanimado ou desestimulado a escrever, estaria mentindo, ou no mínimo omitindo uma sensação que me passa há um bom tempo. Não, eu não tenho a obrigação de escrever aqui, mas eu poderia dizer que zilhões de idéias que passam na minha cabeça poderiam ser registradas e não o são, simplesmente pois deixo de lado, e elas se perdem... A maioria delas são ligadas ao tema do blog, eu diria que o tema do mesmo é amplo, assim como é minha profissão, e eu acabo dando pitaco nas ciências próximas da geografia. Antropologicamente, sociologicamente, etc etc etc.... Outras questões são de cunho pessoal, mas eu acabo, por fim, dando o mesmo enfoque social, antropologico haha. É, já sofri, já aprendi, já sofri de novo, já aprendi de novo.. na vida, ninguém te dá um sorriso de graça, e se você o fizer, também não espere retribuição. Apenas ame, apenas se deixe levar, ou apenas fique parado caso as aguas estejam calmas. Confesso que, por vezes, sinto falta dessa retribuição, parece que o tempo passou e as pessoas ficaram mais insensíveis. Bobagem, só parece, só se passaram 3 anos, 3 anos para uma rocha não é nada, e para uma pessoa, é pouco, ou as pessoas viraram rocha. Sei lá, delirar e escrever foi o que fizeram diversos poetas, e desses devaneios até que surgiram belos escritos. Tem horas que dá vontade de não parar mais de viajar, conhecer todos os lugares possiveis em um curto espaço de tempo.... (esse rascunho ficou parado e inacabado por semanas)...

Recomeço agora, dia 30/06/2013. Viajar para mim é um modo de vida, é um sonho, conhecer novas culturas, ouvir outros idiomas, experimentar novos hábitos. Existe um livro de auto-ajuda, chamado "Mudança de hábitos", algo assim, não lembro exatamente o título, pois apenas li algumas páginas na livraria uma vez, e me lembro das poucas páginas que li, que a grande reviravolta na vida da autora, que faz do livro uma auto-biografia que começa após um noivado fracassado e um período de profunda depressão, se deu quando ela começou a fazer novas viagens.. Ela tomou coragem e meteu a cara no mundo, viu que esse mundo ia muito além de sua vidinha, de seu noivo, de sua cidade.

Um grande sonho meu é fazer intercâmbio, na França ou no Canadá/Irlanda, mas preferencialmente na França, que pra mim é um país de contos de fadas, encantado por suas cidades históricas, sua cultura, seu lindo idioma, que venho tentando aprender desde 2011, embora não seja muito fácil. Gostaria muito de poder viver e experienciar uma nova cultura assim que eu me formar, acho uma experiencia unica, que te dá coragem, faz crescer, amadurecer... Sul da França, já imagino a cidade, as pessoas falando o idioma perto de mim, o aspecto da cidade, Montpellier, quem sabe, novos aromas, gostos, gente... Eu me enrolando com a cultura, cometendo gafes, aprendendo em cima disso, convivendo com outras mentalidades, sentindo, vivendo, vendo, tocando, falando, escutando esse novo mundo todos os dias. Voltando lá para o inicio do post, que escrevi em algum dia que não me lembro quanto, e aproveitando o gancho, não tem nada mais antropologico do que isso.

Sempre, desde pequeno, eu tive dificuldades em lidar com as questões e sempre vi o recomeço como a melhor alternativa. Não que eu abandonasse tudo e todos da minha vida antiga, mas eu procurava reconstruir outra perspectiva em cima da anterior, que por vezes me decepcionava... Foi assim, e sinto que está sendo querendo ser assim de novo. Nossa vida tem altos e baixos, começos e recomeços, e nada melhor que um recomeço para deixar o que havia antes mais bonito. Acho que todo o ser humano deveria ter esse direito, não importa a idade, posição social, sexo... viver é isso.


sábado, 1 de dezembro de 2012

O ser geógrafo

Como o meu perfil bem destaca, sou estudante de geografia. Geografia é uma bela ciência que tenta, através de uma visão sistêmica e holística, entender os diversos fenômenos físicos e humanos que ocorrem na superfície terrestre e uso o território e a dimensão espacial como ferramenta principal para compreende-los. Tá, enrolei um pouco mas acho que ficou claro kkkk
De qualquer forma, poucos geógrafos sabem exatamente seu papel... Pra mim, deixando as discussões epistemológicas para Ruy Moreira e outros intelectuais da área, ser geógrafo abre a mentes, faz pensar grande e extingue as fronteiras. As distancias se tornam menores e o mundo todo está na palma das nossas mãos.. Conseguimos compreender por que a sociedade se configura de certa maneira no tempo e no espaço e que caminhos podem ser seguidos daqui para frente. Diminuímos nosso preconceito e nosso julgamento em relação a outros modos de vida em outras regiões do Globo pois temos conhecimento de causas antropológicas para tal, que também vale para nós mesmos. Enxergamos a globalização como um fenômeno que cria uma grande rede de informações e dados, fazendo o mundo do geógrafo passar de pequeno, para  ainda menor. Porém, não há barreiras de pensamento e de idéias, fazendo nossa mente ser maior do que o próprio mundo e sua capacidade as vezes limitada. 

Faça a diferença!

Bem, primeiramente, venho a pedir desculpas pelo longo período sem postar nada aqui, eu de fato andava desanimado e sem saco para escrever no blog, também pelo fato de eu ter tido poucos seguidores e poucos comentários nas postagens. Mas hoje eu vejo que isso é culpa minha por ter desistido e praticamente abandonado o projeto, afinal, quem vai se interessar por um blog abandonado e desatualizado? Eu nesse período tentarei organizar melhor o meu tempo e, a partir daí, poder dedicar um certo tempo para este blog,  e postar nele periodicamente, bem, pelo menos é o meu desejo.... Para tal, eu diria que preciso adotar uma linha um pouco mais pessoal nos meus textos - digo isso pois em muitos (ou mesmo na maioria dos momentos) eu acabo sendo imparcial e não doto de personalidade os assuntos que abordo - bem, eu diria que até faço isso as vezes, mas menos do que eu deveria. Existem muitos conceitos e idéias que eu ainda não abordei aqui, e que eu preciso e devo publicar, pois essa é a minha visão de mundo e ela pode, sim, influenciar para melhor, na minha perspectiva, as mentes de outras pessoas. Não quero ser um influenciador dominador, já que muito do que sou e penso hoje também foi moldado por idéias de outras pessoas, pois a vida é feita dessa troca e desse intercâmbio de opiniões, onde é melhor ser "uma metamorfose ambulante do que ter uma opinião formada sobre tudo". Ao meu ego isso nada interfere, só tendendo a um crescimento e amadurecimento maior das opiniões. 
Já que é para colocar o próprio rótulo no mundo, a melhor forma de fazê-lo é externalizando seu modo de entende-lo sem medo de palavras contrarias... Só de viver num país democrático, eu já posso me considerar uma pessoa de sorte, já que a democracia me dá esse direito de ser um sujeito com voz ativa na sociedade. Se alguém realmente deseja fazer a diferença, ela terá que ser mais do que pertencer passivamente. Não vou negar que tenho, como qualquer outra pessoa, medo de rejeição, maledicências e até mesmo da indiferença, o silêncio as vezes nos sufoca por as vezes querermos respostas rapidamente que não podem ser respondidas ou não devem ser respondidas, em certo momento. Venho, por meio desta página, dar a minha pequena - bastante pequena, mas significativa - contribuição na formação de idéias esclarecidas e criticas sobre a sociedade e o nosso meio de vida, numa visão que, pelo menos tentar ser, atualizada e dinâmica. Peço que todos tentem, de alguma forma, fazer o mesmo, e contribuam para um planeta mais rico em idéias e menos submisso a determinismos e padrões estáticos.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A tão falada crise na Zona do Euro

Olá pessoal. Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pelo longo tempo (praticamente um ano), sumido do blog, é que de fato eu fui fazendo outras coisas, com outros projetos e acabei deixando o blog meio de lado, mas aproveitando o feriado da Pascoa, reavivo isso aqui e pretendo continuar postando, pois ainda gosto bastante de escrever.



Bem, o site tá meio desatualizado e um dos temas mais pertinentes agora é a crise na zona do euro. Eu continuo bem atualizado sobre isso, vejo programas a respeito, tento acompanhar ao máximo, até por que a dinâmica dos países da região me interessam muito. Toda essa postagem é uma opinião bem pessoal, portanto sinta-se livre para comentar e discordar. Acredito que muitos países ali (não todos) colheram do que plantaram... Espanha, Irlanda, Portugal e especialmente a Grécia, ao ingresssarem a União Européia e postariormente ao Euro, receberam um volume de capital grandioso para que colocassem suas economias no mesmo patamar dos países mais ricos do bloco, e assim pudessem se equiparar a eles ingressando numa união de livre comércio, moeda e circulação de pessoas, que sem essa injeção de capitais não seria possível.

A Irlanda foi sem duvida a mais bem sucedida, conseguindo elevar muito seu padrão de vida e tendo hoje a renda per capita maior que a de países muito ricos como a Bélgica. Pois bem, gastou-se muito, investiu-se muito, mas não se pensou em equilibrar as contas públicas, o dinheiro foi farto, mas as despesas não controladas acabaram criando uma bolha de dívida para os países suprassitados. A Grécia é o exemplo mais crítico, o estado gastou desenfreadamente... vocês se lembram das Olímpiadas de Atenas em 2004? Pois bem, a farra de obras e superfaturamento foi uma das facadas nas contas do país, que pagou quem sabe 20 ou 30 bilhões de Euros para a realização dos jogos. Dinheiro esse que, convenhamos, com todo o turismo e investimentos que pode ter atraído, não teve um retorno compensador. 6 anos depois, o país mergulhou na maior crise de sua história, demitindo cerca de 150 mil funcionários públicos, um número que impressiona para um país de 10 milhões de habitantes.

Solução para esses países? Austeridade. Mas a austeridade tem seu presso amargo, antipático.. arrocho salarial, previdenciario, cortes de benefícios, cortes de investimentos em vários setores da economia, retirada de capitais estrangeiros por medo de calote por parte do governo que não tem dinheiro para pagar suas contas, altos níveis de desemprego, mergulhando os países numa crise não só economica como social e fazendo a coisa ficar aguda. Mas, se a crise é da divida.. (alguns pensam) por que o governo simplesmente não deixa de paga-la e gasta suas finanças em tentar melhorar a situação financeira do povo? A Grécia já faz isso com ACORDOS que já perdoaram mais da metade da dívida .. eu disse bem, acordos que disfarçam o calote. Vale a gente ressaltar que um calote declarado, no sentido mais literal da palavra, criaria uma convulção nos mercados, uma crise generalizada no Euro, pois a moeda unica cria um efeito dominó nos outros países, além de uma fuga, aí maciça e quase total de investimentos na Grécia, mergulhando o país num caos ainda maior. A Argentina é nosso bom exemplo de 11 anos atrás... Portugal, Irlanda, Espanha e Itália se equilibram em cima da corda bamba para não pedirem perdão da dívida, o que causaria mais mal estar internacional, criando 'apenas' o mal estar interno da austeridade. E da-lhe austeridade. Tais países também vêm privatizando tudo que podem e muitos chineses xing lings vêm comprando empresas, zonas agrícolas e se dando bem no negócio, aumentando seu poder e influencia pela europa adentro.

Sim, na minha humilde opinião, a Europa daqui a uns anos se recuperará, mas terá que engolir muitos sapos chineses (não só chineses.. ), agora influentes e poderosos, e terá aposentados e cidadãos menos dependentes do governo, tendo que se virar mais sozinhos... o tapete vai ter que abaixar...Já os governos com as contas em ordem, por mais que o povo fragilizado e consumindo pouco, aos poucos ganha crédito internacional, os investimentos vão voltando, a receita vai subindo e ele pode, novamente, gastar mais (vamos ver se dessa vez faz isso com responsabilidade fiscal)... processo que pode ser bem mais facilitado pois toda a infra estrutura já existe, além de um povo especializado e com nível de educação elevado. Convenhamos, é mais facil se reerguer tendo um passado rico do que se erguer com um passado pobre, tendo que começar do zero, como vêm fazendo mtos países asiáticos e os BRICs (com exceção da Rússia), basta que a crise não dure muito tempo e não deteriore tudo que já foi feito..


sábado, 27 de agosto de 2011

Coréia, um abismo entre dois mundos e um só povo

Olá pessoal! Bem, primeiramente gostaria mais uma vez de me desculpar por ter diminuido o ritmo das postagens, projetos para colocar aqui tenho vários, só está faltando coloca-los em prática, mas cedo ou tarde colocarei hehe
Hoje gostaria de falar um pouco sobre a Península da Coréia. Até os anos 50 existia no local um único país, com lingua e cultura próprias. Aí veio a Guerra Fria, URSS de um lado, EUA do outro.... enfim, simplificando, acabaram dividindo o país em dois pedaços que se transformaram em dois países, um deles socialista e o outro capitalista, não sendo permitido o fluxo de imigrantes entre os dois. De uma hora pra outra, um único país se fragmentou e cada parte se isolou para um lado, fazendo com que cada qual constituísse uma identidade própria que até então não fazia sentido.

Hoje, são dois dos mais interessantes exemplos tanto do socialismo quanto do capitalismo. Até os anos 70, a Coréia do Norte dentro do modelo soviético se mostrava mais rica e bem sucedida que a parte sul; porém, a partir desse momento até os dias de hoje, a economia da Coréia do Sul sofre um boom que criara uma enorme diferença e fez com que hoje o lado capitalista se mostre infinitamente mais rico e dinâmico. Um dos maiores trunfos, dizem os sul coreanos, foi o investimento em educação. Um país outrora pobre coloca todo o seu foco em criar mentes brilhantes que criassem e construíssem um novo país. Apesar do efeito colateral de maior valorização de certas áreas do saber em detrimento do outras, os sul coreanos de fato conseguiram transformar seu país. Hoje, quase 100% da sua população é alfabetizada. Através dessa revolução educacional, o país criou tecnologia e se tornou exportador de produtos de alto valor. O que se pode constatar, por exemplo, com a enorme quantidade de marcas norte coreanas no mercado brasileiro, dentre elas a Hyundai, Kia Motors, LG e Samsung. A Coréia do Sul se transformou, da fato, em um novo Japão, porém um pouco menos rico, menos metódico e mais "latinizado", se assim se pode dizer de um povo carismático para os padrões orientais. Na música, ocorre outro grande revolução e nesse caso, uma americanização, com bandas pop criando canções e clipes bastante inspirados no estilo norte-americano, porém um pouco mais exagerado e com maior produção dos cantores, seja nas roupas, seja nos cabelos ( muitas vezes aloirados a moda européia ), etc. Este estilo, hoje conhecido como K-Pop ( Korean Pop ), é bastante popular na Ásia e inclusive fora dela.




                                 Centro financeiro de Seoul

As cidades experimentaram grande enriquecimento e aumento do consumo, um bom exemplo é Seoul, a capital do país. Edifícios empresariais foram erguidos pela cidade e grande avenidas foram abertas, em uma remodelação do plano urbanístico, com destaque para a criação do parque de Cheonggyecheon, que consistiu na abertura de um moderno espaço público as margens do rio de mesmo nome em um área anteriormente bastante degradada com habitações de palafita. Ao redor existem modernos prédios comerciais, com arquitetura que lembra bastante o design japones contemporâneo de edificações. Na verdade, a modelo urbanístico sul coreano hoje é bastante parecido com o japonês, com a ressalva de que as cidades coreanas possuem grandes quantidades de prédios de apartamentos em blocos e as casas são, principalmente nos bairros mais nobres, mais amplas que suas semelhantes no Japão. Outro interessante exemplo da pujança e união entre os dois países foi a Copa do Mundo Coréia - Japão, em 2002, que mostrou ao mundo em um evento impecável, a riqueza dos dois países mais desenvolvidos da Ásia, lado a lado.


Do outro lado da fronteira está a Coréia do Norte, que tem como vizinhos seu irmão gemeo capitalista, a China e a Rússia, antiga URSS. Depois da dissolução da União Soviética e consequente queda do regime socialista no final dos anos 80, a Coréia do Norte perde seu principal aliado e parceiro, ficando isolada ao lado da China que com o tempo acabara por adotar uma economia de mercado, tornando as economias de ambos os países muito distintas. Ainda assim, a China hoje se apresenta como comunista e costuma ajudar do alguma forma a Coréia do Norte, com alimentos, tecnologia, etc... e a elite do país, quando faz alguma viagem internacional, costuma ser para a China. Salientando que pouquíssimos são os norte coreanos que têm a chance de sair de seu país, afinal o regime por lá é extremamemente fechado. Uma sociedade pouco religiosa, onde na verdade o objeto de adoração é o falecido ditador, Kim Il Sung, que governou o país de 1948 a 1994. Mesmo falecido, o "Grande Lider" - como é chamado - é até hoje considerado o presidente do país pela população local e a ele são atribuidas todas as benfeitorias e quase todas as invenções que a sociedade norte coreana conhece. Hoje quem governa é seu filho, Kim Jong-Il, chamado de "querido líder" pelos habitantes locais e conhecido internacionalmente por seus polêmicos testes de bombas nucleares, o que isolou totalmente a Coréia do Norte do resto do mundo. Há escassez de alimentos e energia, mas o governo parece só investir em gastos militares.... existem boatos de ondas de fome no interior de país e campos de concentração para onde vão milhares de opositores do regime.

A capital do país, Pyongyang, é caracterizada por seu modelo urbanistico socialista, com grandes blocos residenciais todos iguais no estilo soviético e aquele aspecto cinza, formal, segmentado e com imensas avenidas. Imensas.. alias... para os pouquissimos carros que transitam pelas ruas, pois por lá só a elite  possui carros particulares, geralmente presente do governo. Esta cidade, porém, por ser capital, tem o privilégio de ser servida pelo fornecimento de eletricidade durante as 24h horas do dia, pois em todas as outras cidades do país a energia elétrica é cortada de meia dia ás 6 da manhã, se nao estou enganado. 


Tipica rua de Pyongyang

                                          Espetáculo mostrando a inacreditável disciplina deste povo

Pyongyang possui uma eficiente rede de metrô. Nas escolas o ensino é mais do que puxado, quase 100% dos habitantes estão alfabetizados como no país irmão capitalista ao sul, e as crianças ensaiam para um coral - no caso das mais afortunadas - que é apresentado como um grande evento ao final, de fato é espetacular, a apresentação delas é irretocável, nem parece que são apenas crianças.. até por que as pessoas são levadas um modo militar de ensino, de criação, perfeccionismo, que embora não seja tão diferente assim do modelo educacional de sua vizinha sulista, é pautado basicamente no culta ao "grande líder" e uma alienação tão grande que espantaria inclusive os sul coreanos. É um país extremamente metódico, onde todos são, ou deveriam ser aos olhos do governo, literamente iguais ( excetuando-se a pequena elite que compõe a cúpula do governo, sem fazer piada com o fato de serem parecidos por serem orientais : P ), devem pensar igual, agir igual, baseando todos esses aspectos no constituição de família e assim dar seguimento as novas gerações, e sempre exaltando a figura de seu líder supremo, Kim Il Sung, claro.

Por lá, não existe o inato, exite o socialmente construído.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Devendo ao limite

Olá pessoal, gostaria de me desculpar pelo tempo ausente de postagens no blog, é que além de estar meio enrolado na faculdade ainda estava sem idéias e um pouco cheio de coisas na cabeça.


Bem, quem que goste de geopolítica não ouviu falar no grande dilema em que vive os EUA neste momento? Se o limite da dívida pública do país mais rico do Mundo não for elevado, este deixa de pegar seus credores e pode dar início a um colete histórico, nunca visto e que pode levar o mundo a uma nova recessão. A cede dos republicanos é imensa, eles querem deixar o assunto para ser resolvido no último minuto ou quem sabe nem resolvê-lo. É muito simples para eles, pois são oposição e se o país afundar na crise novamente, o povo sempre tende a votar de novo na oposição achando que tudo é culpa do governo, ou seja, o Obama não se reelege em 2012. Mas a que custo eles teriam coragem de faze-lo? Um país enfraquecido seria ruim para todos, a credibilidade é um orgulho para os norte-americanos, pois não existe praticamente investimento mais seguro do que investir em títulos da dívida desse país.

Os republicanos jogariam tudo fora? É fato que nos EUA os mais ricos pagam poucos impostos e que a desigualdade está se acentuando, mas os novos políticos eleitos da extrema esquerda se recusam a cobrar mais destes para diminuir o deficit nas contas que o próprio Bush filho ( REPUBLICANO! ) fez, soa até engraçado. Obama terá que ter muito jogo de cintura, mas um calote seria ruim para todos, cortar pensões e programas sociais também não seria correto num momento em que o povo está muito dependente destes benefícios, já que a economia está enfraquecida e o desemprego está alto. O governo como poder legislativo tem artifícios jurídicos para criar emendas e medidas provisórias em tempo para elevar quem sabe o teto do endividamento e mais importante, estudar muito bem onde cortar os gastos! Acabar de vez com as frentes da guerra no Afeganistão e diminuir mais ainda os custos militares exorbitantes deixados pelo governo George W. Bush.

Por fim, aumentar impostos dos mais ricos, embora isto seja muito mais complicado com a oposição em maioria no congresso, e assim equilibrar a balança fazendo a dívida se estabilizar e quem sabe até diminuir. O que os americanos precisam é ter consciência da situação e não achar que tudo é culpa do governo, falta um certo pulso de líder e negociador do Obama para conduzir uma situação tão delicada, mas uma negociação da oposição que também é culpada por essa situação precisa ser feita num tempo recorde. Caso contrário, é bom o yankees acordarem e darem novo rumo a sua política em 2012, colocando políticos mais moderados e negociadores no poder, afinal um partido que pensa que o governo de um país é o problema não deveria nem existir. Uma economia forte, onde o povo é empreendedor, livre de altos impostos e que faz o país crescer junto com as contas governamentais equilibradas é uma coisa, outra bem diferente é uma economia forte porém em decadência, onde o povo não tem acesso a certos serviços básicos, onde os ricos livres de impostos compram jatinho, o que não desenvolve em nada um país economicamente, onde o governo está com as contas no vermelho e o povo que não arranja empregos, não está conseguindo investir e ser empreeendedor da maneira que gostaria por conta de todos os motivos anteriores.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Urbanismo: Questão deixada de lado no Brasil - II

Boa noite pessoal! Bom.. hoje gostaria de focar novamente no urbanismo. Pode parecer até um assunto chato para alguns, mas creio que todo mundo goste de andar numa cidade limpa, bem cuidada e que inspira riqueza e desenvolvimento. A gente meio q cria um olhar inconsciente para reparar essas coisas se baseando, sem sequer perceber, nas características urbanísticas do local. E mais do que isso, bom urbanismo é qualidade de vida e planejamento, é poder estacionar o carro sem tanta dificuldade ou mesmo ficar bem menos horas no transito, contar com um serviços de transportes eficiência e sem atrasos, enfim... se nós já dependemos tanto de uma organização nas nossas cidades, que dirá alguém que seja deficiente, e é dessa questão que gostaria de tratar. Estive andando na Rua da Assembléia no centro do Rio de Janeiro. Uma rua que poderia até se considerar acima da média.. fiação aterrada, prédios comerciais suntuosos, comercio de rua que inclui até um café, tipo de comércio ainda pouco difundido pelo Brasil.. mas no final percebi que ainda está muito aquém do que deveria, principalmente quando se fala nas calçadas. É muita precariedade, é absurdo...

Andei cerca de três quarteirões, desde a estação carioca ao paço imperial. Fico imaginando um cadeirante TENTANDO andar nas calçadas daquela rua que além de sujas, são apertadas pelo enorme número de pedestres, e o pior.. totalmente irregulares. Buracos por entre as pedras portuguesas em toda a parte, poças, um bueiro sem tampa no meio de calçada, sendo colocados galhos e uma caixa de papelão para as pessoas verem e desviarem. Portanto, você tem que pular buracos, bueiros e só pra apimentar ainda leva uma pequena ducha das várias caixas de ar condicionado que pingam dos escritórios comerciais do alto dos prédios ( kkkk eles devem estar querendo amenizar o nosso calor com uma aguínha ). Assim, falando bem francamente... o cadeirante simplismente não passa, fica muito complicado.... é um direito que lhe foi vetado pelo descaso em relação ao urbanismo no nosso país.

E ele não é a una vítima, um cego ali também passaria por maus bocados. A rua finge que tem calçadas especiais de borracha para cegos, como essa da foto no final da postagem, mas sua direção é tão burra e louca que no Brasil as vezes eu acho que colocam asnos e mulas literalmente para planejar as nossas cidades. E por que? Por que a primeira faixa começa no meio do nada na rua, começa se o cego surgisse ali num passe de mágica... anda alguns metros, passa por uma esquina onde no meio da faixa de borracha existe, acredite, um BURACO ( !! ) É, coitado do cego, parece que fizeram de sacanagem só pra ele cair ali. A faixa continua por mais alguns metros e acaba na parede de um prédio, literamente... dando a impressão de que é feito de propósito pro cego bater na parede.. ( Seria cômico de não fosse trágico ).. andando um pouco mais,  já na esquina com a rua primeiro de março, o caminho de borracha recomeça misteriosamente a partir do um vaso de plantas - o cego vai nascer na árvore e começar a andar dali pra frente, só pode - e vai indo em direção ao sinal da esquina fazendo uma bifurcação: "Que beleza, até em bifurcação para dois lados diferentes eles pensaram, o cego pode até escolher pra que direção ir!" Doce ilusão, pois depois de dar a curva a faixa simplismente acaba para ambos os lados e uma das partes nem chega a levar ao semáforo, termina antes com pedras portuguesas colocadas no local da sua continuação!

Maravilhoso, quanta preocupação com a qualidade de vida do pedestre, do cidadão... e isso tudo no centro financeiro da segunda cidade mais rica do país! Fico impressionado... E a prefeitura parece que nada faz.

É isso pessoal, ainda tem outras questões interessantes que gostaria de dividir com vcs, mas vou deixar para a parte III que pretendo postar em breve.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ditado pelo interesse

Muito se vem falando sobre as revoltas que se seguem no Mundo Árabe, revoltas essas que mobilizam cada vez mais grupos da sociedade e estão desestruturando os regimes totalitários na região. Essa realidade é antiga, afinal só ouvimos falar em ditadores que estão a 20, 30 e até 40 anos no poder como é o caso de Muammar al-Gaddafi, na Líbia. Digamos que algum tipo de intervenção estrangeira na atual guerra civil em que se encontra o estado líbio atual não é errada, porém é preciso analizar bem de que modo fazer isso. Díficil precisar o quão útil está sendo a atual operação de países como os EUA, Reino Unido e França, que dominaram o espaço aéreo do país lançando bombas para enfraquecer o exército de Gaddafi... este, por sua vez até então havia bombardeado diversas cidades para conter os rebeldes, matando milhares de civis. É hilário ver hoje o ditador chamando a comunidade internacional de nazista, sendo que nem Hitler lançava bombas contra o seu próprio povo.. Gaddafi conseguiu o incrivel feito de ser mais cruel que um nazi. 

Mas infelizmente... ele não é o único contraditório nessa história. Por que as nações do ocidente aceitaram e até apoiaram por tanto tempo ditaduras no mundo árabe e nada fizeram? E agora, com o discurso de proteger os civis líbios, invade como se tivesse sempre defendido a democracia e a liberdade. Não defendia.... pelo menos não para esses países. Os americanos são aliados de vários governos anti democráticos, como o governo de Iemen, Bahrein, Arabia Saudita e Egito, já derrubado.. não só os americanos como outros países que se dizem exemplos de democracia. Silvio Berlusconi da Itália até pouco tempo era muito amigo do Gaddafi, Israel que se diz o país de liberdade no Oriente Médio, chora amargurada a queda desses regimes totalitários; Lula recentemente, já depois de deixar a presidância, fez um discurso em um congresso da TV Jazeera, do Catar - um país movido a petrodólares governado por um rei a quase 16 anos no poder - falando bem da democracia e da sua importância, logo após chamar o rei do país de "meu amigo".. Lula era também fiel "companheiro" de Hugo Chavez e do próprio ditador líbio. 

Contraditório, não? O mundo ocidental não fez vista grossa para um modelo de governo de considera inapropriado ( como se espera ).. e sim deu-lhe apoio, suporte, para assim ter os seus interesses garantidos. Repetindo.. já que assim foi, por que intervir tão tardiamente? Parece um grande exemplo de solidariedade invadir o espaço aéreo libio para proteger seus cidadãos, mas temos que nos lembrar que Gaddafi não era mais alinhado aos interesses internacionais e sua derrubada era desejada... se a mesma atitude de um ditador de atacar civis fosse tomada num país "alinhado", fica a dúvida se a posição do resto do mundo seria a mesma. Deveria ser... afinal um massacre nunca deve ser bem visto, mas sabemos o quanto a mídia é manipulável... Em vários outros países árabes hoje o povo já está sendo contido na força bruta, inclusive na morte, mas a imprensa não dá tanto destaque e apresenta os fatos de um modo bem menos crítico. O mundo continua mergulhado na grande contradição entre a força da ideologia e dos interesses econômicos.. todos sabemos que é o segundo que prevalece, mas parece que a propaganda para o primeiro continua forte. Seria hora de finalmente uma posição compreensível e sem ambiguidade para podermos entender qual é a real posição de um país que dá plena liberdade a seus cidadãos.. o que é admirável, mas apóia que outro país subjulgue e reprima seu povo, o que é totalmente deplorável.