sábado, 1 de dezembro de 2012

O ser geógrafo

Como o meu perfil bem destaca, sou estudante de geografia. Geografia é uma bela ciência que tenta, através de uma visão sistêmica e holística, entender os diversos fenômenos físicos e humanos que ocorrem na superfície terrestre e uso o território e a dimensão espacial como ferramenta principal para compreende-los. Tá, enrolei um pouco mas acho que ficou claro kkkk
De qualquer forma, poucos geógrafos sabem exatamente seu papel... Pra mim, deixando as discussões epistemológicas para Ruy Moreira e outros intelectuais da área, ser geógrafo abre a mentes, faz pensar grande e extingue as fronteiras. As distancias se tornam menores e o mundo todo está na palma das nossas mãos.. Conseguimos compreender por que a sociedade se configura de certa maneira no tempo e no espaço e que caminhos podem ser seguidos daqui para frente. Diminuímos nosso preconceito e nosso julgamento em relação a outros modos de vida em outras regiões do Globo pois temos conhecimento de causas antropológicas para tal, que também vale para nós mesmos. Enxergamos a globalização como um fenômeno que cria uma grande rede de informações e dados, fazendo o mundo do geógrafo passar de pequeno, para  ainda menor. Porém, não há barreiras de pensamento e de idéias, fazendo nossa mente ser maior do que o próprio mundo e sua capacidade as vezes limitada. 

Faça a diferença!

Bem, primeiramente, venho a pedir desculpas pelo longo período sem postar nada aqui, eu de fato andava desanimado e sem saco para escrever no blog, também pelo fato de eu ter tido poucos seguidores e poucos comentários nas postagens. Mas hoje eu vejo que isso é culpa minha por ter desistido e praticamente abandonado o projeto, afinal, quem vai se interessar por um blog abandonado e desatualizado? Eu nesse período tentarei organizar melhor o meu tempo e, a partir daí, poder dedicar um certo tempo para este blog,  e postar nele periodicamente, bem, pelo menos é o meu desejo.... Para tal, eu diria que preciso adotar uma linha um pouco mais pessoal nos meus textos - digo isso pois em muitos (ou mesmo na maioria dos momentos) eu acabo sendo imparcial e não doto de personalidade os assuntos que abordo - bem, eu diria que até faço isso as vezes, mas menos do que eu deveria. Existem muitos conceitos e idéias que eu ainda não abordei aqui, e que eu preciso e devo publicar, pois essa é a minha visão de mundo e ela pode, sim, influenciar para melhor, na minha perspectiva, as mentes de outras pessoas. Não quero ser um influenciador dominador, já que muito do que sou e penso hoje também foi moldado por idéias de outras pessoas, pois a vida é feita dessa troca e desse intercâmbio de opiniões, onde é melhor ser "uma metamorfose ambulante do que ter uma opinião formada sobre tudo". Ao meu ego isso nada interfere, só tendendo a um crescimento e amadurecimento maior das opiniões. 
Já que é para colocar o próprio rótulo no mundo, a melhor forma de fazê-lo é externalizando seu modo de entende-lo sem medo de palavras contrarias... Só de viver num país democrático, eu já posso me considerar uma pessoa de sorte, já que a democracia me dá esse direito de ser um sujeito com voz ativa na sociedade. Se alguém realmente deseja fazer a diferença, ela terá que ser mais do que pertencer passivamente. Não vou negar que tenho, como qualquer outra pessoa, medo de rejeição, maledicências e até mesmo da indiferença, o silêncio as vezes nos sufoca por as vezes querermos respostas rapidamente que não podem ser respondidas ou não devem ser respondidas, em certo momento. Venho, por meio desta página, dar a minha pequena - bastante pequena, mas significativa - contribuição na formação de idéias esclarecidas e criticas sobre a sociedade e o nosso meio de vida, numa visão que, pelo menos tentar ser, atualizada e dinâmica. Peço que todos tentem, de alguma forma, fazer o mesmo, e contribuam para um planeta mais rico em idéias e menos submisso a determinismos e padrões estáticos.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A tão falada crise na Zona do Euro

Olá pessoal. Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pelo longo tempo (praticamente um ano), sumido do blog, é que de fato eu fui fazendo outras coisas, com outros projetos e acabei deixando o blog meio de lado, mas aproveitando o feriado da Pascoa, reavivo isso aqui e pretendo continuar postando, pois ainda gosto bastante de escrever.



Bem, o site tá meio desatualizado e um dos temas mais pertinentes agora é a crise na zona do euro. Eu continuo bem atualizado sobre isso, vejo programas a respeito, tento acompanhar ao máximo, até por que a dinâmica dos países da região me interessam muito. Toda essa postagem é uma opinião bem pessoal, portanto sinta-se livre para comentar e discordar. Acredito que muitos países ali (não todos) colheram do que plantaram... Espanha, Irlanda, Portugal e especialmente a Grécia, ao ingresssarem a União Européia e postariormente ao Euro, receberam um volume de capital grandioso para que colocassem suas economias no mesmo patamar dos países mais ricos do bloco, e assim pudessem se equiparar a eles ingressando numa união de livre comércio, moeda e circulação de pessoas, que sem essa injeção de capitais não seria possível.

A Irlanda foi sem duvida a mais bem sucedida, conseguindo elevar muito seu padrão de vida e tendo hoje a renda per capita maior que a de países muito ricos como a Bélgica. Pois bem, gastou-se muito, investiu-se muito, mas não se pensou em equilibrar as contas públicas, o dinheiro foi farto, mas as despesas não controladas acabaram criando uma bolha de dívida para os países suprassitados. A Grécia é o exemplo mais crítico, o estado gastou desenfreadamente... vocês se lembram das Olímpiadas de Atenas em 2004? Pois bem, a farra de obras e superfaturamento foi uma das facadas nas contas do país, que pagou quem sabe 20 ou 30 bilhões de Euros para a realização dos jogos. Dinheiro esse que, convenhamos, com todo o turismo e investimentos que pode ter atraído, não teve um retorno compensador. 6 anos depois, o país mergulhou na maior crise de sua história, demitindo cerca de 150 mil funcionários públicos, um número que impressiona para um país de 10 milhões de habitantes.

Solução para esses países? Austeridade. Mas a austeridade tem seu presso amargo, antipático.. arrocho salarial, previdenciario, cortes de benefícios, cortes de investimentos em vários setores da economia, retirada de capitais estrangeiros por medo de calote por parte do governo que não tem dinheiro para pagar suas contas, altos níveis de desemprego, mergulhando os países numa crise não só economica como social e fazendo a coisa ficar aguda. Mas, se a crise é da divida.. (alguns pensam) por que o governo simplesmente não deixa de paga-la e gasta suas finanças em tentar melhorar a situação financeira do povo? A Grécia já faz isso com ACORDOS que já perdoaram mais da metade da dívida .. eu disse bem, acordos que disfarçam o calote. Vale a gente ressaltar que um calote declarado, no sentido mais literal da palavra, criaria uma convulção nos mercados, uma crise generalizada no Euro, pois a moeda unica cria um efeito dominó nos outros países, além de uma fuga, aí maciça e quase total de investimentos na Grécia, mergulhando o país num caos ainda maior. A Argentina é nosso bom exemplo de 11 anos atrás... Portugal, Irlanda, Espanha e Itália se equilibram em cima da corda bamba para não pedirem perdão da dívida, o que causaria mais mal estar internacional, criando 'apenas' o mal estar interno da austeridade. E da-lhe austeridade. Tais países também vêm privatizando tudo que podem e muitos chineses xing lings vêm comprando empresas, zonas agrícolas e se dando bem no negócio, aumentando seu poder e influencia pela europa adentro.

Sim, na minha humilde opinião, a Europa daqui a uns anos se recuperará, mas terá que engolir muitos sapos chineses (não só chineses.. ), agora influentes e poderosos, e terá aposentados e cidadãos menos dependentes do governo, tendo que se virar mais sozinhos... o tapete vai ter que abaixar...Já os governos com as contas em ordem, por mais que o povo fragilizado e consumindo pouco, aos poucos ganha crédito internacional, os investimentos vão voltando, a receita vai subindo e ele pode, novamente, gastar mais (vamos ver se dessa vez faz isso com responsabilidade fiscal)... processo que pode ser bem mais facilitado pois toda a infra estrutura já existe, além de um povo especializado e com nível de educação elevado. Convenhamos, é mais facil se reerguer tendo um passado rico do que se erguer com um passado pobre, tendo que começar do zero, como vêm fazendo mtos países asiáticos e os BRICs (com exceção da Rússia), basta que a crise não dure muito tempo e não deteriore tudo que já foi feito..