Olá pessoal. Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pelo longo tempo (praticamente um ano), sumido do blog, é que de fato eu fui fazendo outras coisas, com outros projetos e acabei deixando o blog meio de lado, mas aproveitando o feriado da Pascoa, reavivo isso aqui e pretendo continuar postando, pois ainda gosto bastante de escrever.
Bem, o site tá meio desatualizado e um dos temas mais pertinentes agora é a crise na zona do euro. Eu continuo bem atualizado sobre isso, vejo programas a respeito, tento acompanhar ao máximo, até por que a dinâmica dos países da região me interessam muito. Toda essa postagem é uma opinião bem pessoal, portanto sinta-se livre para comentar e discordar. Acredito que muitos países ali (não todos) colheram do que plantaram... Espanha, Irlanda, Portugal e especialmente a Grécia, ao ingresssarem a União Européia e postariormente ao Euro, receberam um volume de capital grandioso para que colocassem suas economias no mesmo patamar dos países mais ricos do bloco, e assim pudessem se equiparar a eles ingressando numa união de livre comércio, moeda e circulação de pessoas, que sem essa injeção de capitais não seria possível.
A Irlanda foi sem duvida a mais bem sucedida, conseguindo elevar muito seu padrão de vida e tendo hoje a renda per capita maior que a de países muito ricos como a Bélgica. Pois bem, gastou-se muito, investiu-se muito, mas não se pensou em equilibrar as contas públicas, o dinheiro foi farto, mas as despesas não controladas acabaram criando uma bolha de dívida para os países suprassitados. A Grécia é o exemplo mais crítico, o estado gastou desenfreadamente... vocês se lembram das Olímpiadas de Atenas em 2004? Pois bem, a farra de obras e superfaturamento foi uma das facadas nas contas do país, que pagou quem sabe 20 ou 30 bilhões de Euros para a realização dos jogos. Dinheiro esse que, convenhamos, com todo o turismo e investimentos que pode ter atraído, não teve um retorno compensador. 6 anos depois, o país mergulhou na maior crise de sua história, demitindo cerca de 150 mil funcionários públicos, um número que impressiona para um país de 10 milhões de habitantes.
Solução para esses países? Austeridade. Mas a austeridade tem seu presso amargo, antipático.. arrocho salarial, previdenciario, cortes de benefícios, cortes de investimentos em vários setores da economia, retirada de capitais estrangeiros por medo de calote por parte do governo que não tem dinheiro para pagar suas contas, altos níveis de desemprego, mergulhando os países numa crise não só economica como social e fazendo a coisa ficar aguda. Mas, se a crise é da divida.. (alguns pensam) por que o governo simplesmente não deixa de paga-la e gasta suas finanças em tentar melhorar a situação financeira do povo? A Grécia já faz isso com ACORDOS que já perdoaram mais da metade da dívida .. eu disse bem, acordos que disfarçam o calote. Vale a gente ressaltar que um calote declarado, no sentido mais literal da palavra, criaria uma convulção nos mercados, uma crise generalizada no Euro, pois a moeda unica cria um efeito dominó nos outros países, além de uma fuga, aí maciça e quase total de investimentos na Grécia, mergulhando o país num caos ainda maior. A Argentina é nosso bom exemplo de 11 anos atrás... Portugal, Irlanda, Espanha e Itália se equilibram em cima da corda bamba para não pedirem perdão da dívida, o que causaria mais mal estar internacional, criando 'apenas' o mal estar interno da austeridade. E da-lhe austeridade. Tais países também vêm privatizando tudo que podem e muitos chineses xing lings vêm comprando empresas, zonas agrícolas e se dando bem no negócio, aumentando seu poder e influencia pela europa adentro.
Sim, na minha humilde opinião, a Europa daqui a uns anos se recuperará, mas terá que engolir muitos sapos chineses (não só chineses.. ), agora influentes e poderosos, e terá aposentados e cidadãos menos dependentes do governo, tendo que se virar mais sozinhos... o tapete vai ter que abaixar...Já os governos com as contas em ordem, por mais que o povo fragilizado e consumindo pouco, aos poucos ganha crédito internacional, os investimentos vão voltando, a receita vai subindo e ele pode, novamente, gastar mais (vamos ver se dessa vez faz isso com responsabilidade fiscal)... processo que pode ser bem mais facilitado pois toda a infra estrutura já existe, além de um povo especializado e com nível de educação elevado. Convenhamos, é mais facil se reerguer tendo um passado rico do que se erguer com um passado pobre, tendo que começar do zero, como vêm fazendo mtos países asiáticos e os BRICs (com exceção da Rússia), basta que a crise não dure muito tempo e não deteriore tudo que já foi feito..